segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Visões de Deus para um tempo de crise
O ano da morte do Rei Uzias foi um ano de grandes crises para Israel como nação. A situação moral e espiritual do povo é descrita nos versos 1 a 17 do capítulo 1 do livro de Isaías de uma forma muito vívida: "Toda a cabeça está doente e todo coração enfermo. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele cousa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo...". Em outras palavras: um corpo podre.
Foi num tempo assim, de apostasia, de culto aparente, de dissolução moral, corrupção política, que Isaías subiu ao templo, então a Casa do Senhor, para abrir sua alma, o seu desespero, os seus anseios e temores, para buscar a face do Deus vivo. Foi ali que Deus o visitou de uma forma inusitada e verdadeiramente arrebatadora. As visões de Isaías, como descritas no capítulo 6 do livro que leva seu nome, constituem-se na base de sua chamada para o ministério profético.
Creio que hoje também estamos numa hora de profundas crises sem precedentes em nossa História. Destaco principalmente as crises de ansiedade, de confiança, e de autoridade. Segue a tudo isso uma visão hedonista da vida que traz consigo uma total inversão de valores. Os absolutos são negados, o imediatismo é dominante. As pessoas sendo valorizadas pelo que têm e não pelo que são, daí um consumismo desenfreado. O amor às coisas levando ao uso das pessoas.
É numa hora assim que Deus nos espera: "Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração" (Jr 29:13). Esta tem de ser também uma hora de clamor: "Clama a mim e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes" (Jr 33:3). E, à semelhança do que fez a Isaías, Deus também quer nos conceder hoje certas visões, indispensáveis para que lhe sejamos instrumentos úteis nesta hora de crise.
Vejamos quais foram as visões de Isaías que deverão também ser as nossas para uma operação do Espírito Santo em nós.
A primeira foi uma visão real de Deus. Como nunca, nós precisamos ver que Deus está no comando da História. A ansiedade impera quando contamos apenas conosco mesmos.
O mundo sem uma visão real de Deus só pode viver cheio de temores quanto ao amanhã. Mas o povo de Deus precisa ver Deus "sentado num alto e sublime trono".
Nestes dias em que tudo exalta o homem e seus feitos, nós somos tentados a olhar tão somente para as soluções ou saídas humanas e isto nos leva ao caos, pois não vemos saída.
Não há saída, em termos humanos, para a corrupção que corrói todos os segmentos da sociedade. Não há saída para o descalabro político, pois existe uma profunda crise de confiança como nunca houve antes. Não há saída para a libertinagem sexual, pois a filosofia existencialista e hedonista é que impera - "Comamos e bebamos porque amanhã morreremos".
Quando o homem tira Deus de cena, tudo é válido. Assim como foi com as gerações de Noé e de Ló, e também com a dos dias de Isaías, estamos vendo acontecer diante de nossos olhos.
Tudo isto afeta o povo de Deus e a licenciosidade acaba permeando o arraial daqueles que foram chamados para ser "propriedade exclusiva de Deus, nação santa e raça eleita". Esta é a nossa hora e, para um tempo como este, foi que Deus nos levantou como "luzeiros no meio de uma geração pervertida e corrupta".
Os discípulos, naquele barquinho quase engolido pelas ondas, tiveram uma visão de Jesus como Rei do Universo. Mas antes d'Ele acalmar o mar, estava placidamente dormindo e os seus discípulos cheios de pavor. Às vezes temos a sensação idêntica. Parece que Deus está dormindo. Parece que Ele se ausentou e nos deixou à deriva.
Mas eis que Jesus repreende os ventos e as ondas e tudo se faz bonança: "Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?". Ele é o Grande Rei de toda a Terra. Nenhum fio de cabelo cai de nossa cabeça sem o seu consentimento. E, "... se Ele é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu único filho não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?... Pois nada nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Rm 8:31-39).
Uma visão real de Deus, produzirá uma segunda visão que é uma visão real do Homem. Foi o que se deu com Isaías. Quando ele viu a glória e a santidade de Deus, ele viu também a sua pecaminosidade e a pecaminosidade humana. Quando nos espelhamos apenas no homem, nossa visão se torna distorcida, mas quando nos espelhamos em Deus, o resultado será inevitavelmente: "Ai de mim porque sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios..." (Is 6:5). O humanismo está no seu auge. Como nunca, o homem e seu poder têm sido tão exaltados. Conseqüentemente se dá o destronamento de Deus.
O povo de Deus é muito tentado a usar as armas dos homens para o desenvolvimento do Reino de Deus. Nós pensamos que para fazer frente a um mundo tão poderoso precisamos é de cristãos poderosos. Pensamos que temos que ser igualmente fortes para combater os fortes. Mas, na filosofia de Deus, é o menino que derruba o gigante, pois "Deus escolheu as coisas fracas para confundir as fortes". Esta é uma hora em que Deus está à procura de homens fracos, pois o Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza.
À semelhança de Isaías, o toque da graça nos levantará também para ouvirmos a voz da necessidade de Deus: "Quem há de ir por nós?". E igualmente responderemos: "Eis-me aqui".
Uma terceira visão - a da graça - seguiu à visão real de si colocando Isaías diante de uma quarta visão - a da necessidade de Deus.
Isaías foi chamado para um ministério de juízo, mas nós para um ministério de reconciliação, pois: "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo e nos confiou o ministério da reconciliação, de sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio" (II Co 5:18-20).
Uma visão real de Deus conduz a uma visão real de nós mesmos, e isto nos torna sensíveis à graça de Deus. E, uma vida no caminho da graça será uma vida de intimidade com Deus em que poderemos ser instrumentos santos em Suas mãos para o suprimento das necessidades de um mundo em crise.
(por Ivênio dos Santos)
"Vós sois o sal da terra"... “Vós sois a luz do mundo”... (Mateus 5: 13-14).
Foi num tempo assim, de apostasia, de culto aparente, de dissolução moral, corrupção política, que Isaías subiu ao templo, então a Casa do Senhor, para abrir sua alma, o seu desespero, os seus anseios e temores, para buscar a face do Deus vivo. Foi ali que Deus o visitou de uma forma inusitada e verdadeiramente arrebatadora. As visões de Isaías, como descritas no capítulo 6 do livro que leva seu nome, constituem-se na base de sua chamada para o ministério profético.
Creio que hoje também estamos numa hora de profundas crises sem precedentes em nossa História. Destaco principalmente as crises de ansiedade, de confiança, e de autoridade. Segue a tudo isso uma visão hedonista da vida que traz consigo uma total inversão de valores. Os absolutos são negados, o imediatismo é dominante. As pessoas sendo valorizadas pelo que têm e não pelo que são, daí um consumismo desenfreado. O amor às coisas levando ao uso das pessoas.
É numa hora assim que Deus nos espera: "Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração" (Jr 29:13). Esta tem de ser também uma hora de clamor: "Clama a mim e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes" (Jr 33:3). E, à semelhança do que fez a Isaías, Deus também quer nos conceder hoje certas visões, indispensáveis para que lhe sejamos instrumentos úteis nesta hora de crise.
Vejamos quais foram as visões de Isaías que deverão também ser as nossas para uma operação do Espírito Santo em nós.
A primeira foi uma visão real de Deus. Como nunca, nós precisamos ver que Deus está no comando da História. A ansiedade impera quando contamos apenas conosco mesmos.
O mundo sem uma visão real de Deus só pode viver cheio de temores quanto ao amanhã. Mas o povo de Deus precisa ver Deus "sentado num alto e sublime trono".
Nestes dias em que tudo exalta o homem e seus feitos, nós somos tentados a olhar tão somente para as soluções ou saídas humanas e isto nos leva ao caos, pois não vemos saída.
Não há saída, em termos humanos, para a corrupção que corrói todos os segmentos da sociedade. Não há saída para o descalabro político, pois existe uma profunda crise de confiança como nunca houve antes. Não há saída para a libertinagem sexual, pois a filosofia existencialista e hedonista é que impera - "Comamos e bebamos porque amanhã morreremos".
Quando o homem tira Deus de cena, tudo é válido. Assim como foi com as gerações de Noé e de Ló, e também com a dos dias de Isaías, estamos vendo acontecer diante de nossos olhos.
Tudo isto afeta o povo de Deus e a licenciosidade acaba permeando o arraial daqueles que foram chamados para ser "propriedade exclusiva de Deus, nação santa e raça eleita". Esta é a nossa hora e, para um tempo como este, foi que Deus nos levantou como "luzeiros no meio de uma geração pervertida e corrupta".
Os discípulos, naquele barquinho quase engolido pelas ondas, tiveram uma visão de Jesus como Rei do Universo. Mas antes d'Ele acalmar o mar, estava placidamente dormindo e os seus discípulos cheios de pavor. Às vezes temos a sensação idêntica. Parece que Deus está dormindo. Parece que Ele se ausentou e nos deixou à deriva.
Mas eis que Jesus repreende os ventos e as ondas e tudo se faz bonança: "Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?". Ele é o Grande Rei de toda a Terra. Nenhum fio de cabelo cai de nossa cabeça sem o seu consentimento. E, "... se Ele é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu único filho não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?... Pois nada nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Rm 8:31-39).
Uma visão real de Deus, produzirá uma segunda visão que é uma visão real do Homem. Foi o que se deu com Isaías. Quando ele viu a glória e a santidade de Deus, ele viu também a sua pecaminosidade e a pecaminosidade humana. Quando nos espelhamos apenas no homem, nossa visão se torna distorcida, mas quando nos espelhamos em Deus, o resultado será inevitavelmente: "Ai de mim porque sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios..." (Is 6:5). O humanismo está no seu auge. Como nunca, o homem e seu poder têm sido tão exaltados. Conseqüentemente se dá o destronamento de Deus.
O povo de Deus é muito tentado a usar as armas dos homens para o desenvolvimento do Reino de Deus. Nós pensamos que para fazer frente a um mundo tão poderoso precisamos é de cristãos poderosos. Pensamos que temos que ser igualmente fortes para combater os fortes. Mas, na filosofia de Deus, é o menino que derruba o gigante, pois "Deus escolheu as coisas fracas para confundir as fortes". Esta é uma hora em que Deus está à procura de homens fracos, pois o Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza.
À semelhança de Isaías, o toque da graça nos levantará também para ouvirmos a voz da necessidade de Deus: "Quem há de ir por nós?". E igualmente responderemos: "Eis-me aqui".
Uma terceira visão - a da graça - seguiu à visão real de si colocando Isaías diante de uma quarta visão - a da necessidade de Deus.
Isaías foi chamado para um ministério de juízo, mas nós para um ministério de reconciliação, pois: "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo e nos confiou o ministério da reconciliação, de sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio" (II Co 5:18-20).
Uma visão real de Deus conduz a uma visão real de nós mesmos, e isto nos torna sensíveis à graça de Deus. E, uma vida no caminho da graça será uma vida de intimidade com Deus em que poderemos ser instrumentos santos em Suas mãos para o suprimento das necessidades de um mundo em crise.
(por Ivênio dos Santos)
"Vós sois o sal da terra"... “Vós sois a luz do mundo”... (Mateus 5: 13-14).
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