quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Um Novo Ano: Compromisso De Felicidade


"Todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação" (Habacuque 3:18)


Em um dos últimos dias de dezembro, o diretor de uma escola primária disse a seus professores: "Vamos todos colocar em uma folha de papel, todos os nossos propósitos para o ano que vem, a fim de sermos melhores professores. Eu os colocarei no quadro e ali os deixarei durante todo o ano. Desta forma seremos encorajados mutuamente para que todos os nossos objetivos sejam alcançados". Os professores concordaram, e quando as resoluções foram postadas, todos se reuniram em torno do quadro de avisos para ler o que cada um havia escrito. Uma das mais jovens professoras do grupo foi acometida de um acesso de raiva. Ela disse: "A minha resolução não foi colocada no quadro". O diretor não me dá valor e não se importa com o que digo". Sem parar reclamava em voz cada vez mais alta. O diretor, que a tudo ouviu de sua sala, ficou muito atordoado. Ele havia colocado todas as resoluções e não teve intenção de excluir nenhuma. Rapidamente começou a rebuscar os papéis em sua mesa e encontrou a proposta daquela jovem professora. Correu imediatamente para o quadro e fixou-a bem em cima, em destaque. A proposta dizia: "Eu resolvo que nenhuma pequena coisa me deixará chateada no próximo ano". Ela resolveu, mas, não se comprometeu.

Se o nosso Deus nos reunisse para pedir que colocássemos em uma folha de papel todas as nossas resoluções para o novo ano, com o propósito de sermos pessoas melhores e mais felizes, o que escreveríamos? Quais seriam os nossos anseios? Quais seriam as nossas prioridades? Qual o caminho a seguir para encontrar a verdadeira felicidade?

Uma relação de bens materiais talvez estivesse em grande parte de nossas listas. Uma grande quantidade de sonhos a atingir também estariam nelas. É possível que muitos itens começassem por "Eu quero" ou "Eu desejo" ou "Eu resolvo" e quem sabe "Eu não descansarei".

Se queremos ter um novo ano verdadeiramente feliz e abençoado, a nossa lista deve começar por "Eu me comprometo"! Eu me comprometo a amar muito mais do que exigir amor. Eu me comprometo a sorrir para todos, mesmo quando não houver reciprocidade. Eu me comprometo a ser uma luz neste mundo e, como o sal, espalhar sabor e vida a todos que estão desesperançados. Eu me comprometo a estar feliz com tudo aquilo que o meu Senhor me oferecer.

Jesus estará ao seu lado em cada dia do novo ano. Comprometa-se com Ele. Comprometa-se com a felicidade.

Feliz Ano Novo!

(por Paulo Roberto)

domingo, 22 de novembro de 2009

“Não faça uma coisa dessas”

"O conselho é muito mal recebido pelos que dele mais necessitam, os ignorantes." (Leonardo da Vinci)

Mesmo que não seja levado a sério, o bom conselho não deve ser omitido, mas dado parcimoniosamente. Se for para tentar evitar a consumação de uma intenção pecaminosa, o alerta precisa ser dado com clareza e autoridade, mesmo que custe algum preço ao conselheiro.

Quando Joanã, o capitão dos judeus à época da tomada de Jerusalém pelo exército caldeu, ofereceu-se para matar Ismael em benefício da segurança de Gedalias, o governador disse-lhe de imediato: “Não faça uma coisa dessas” (Jr 40.16).

Quando o povo de Israel insistia em queimar incenso e prestar culto a outros deuses, por influência das nações vizinhas, os profetas, dia após dia, exortavam-no assim: “Não façam essa abominação detestável” (Jr 44.4).

Quando Amnon, o filho mais velho de Davi, fingiu estar doente para receber em seu apartamento a visita de Tamar, sua irmã por parte de pai, e fechou a porta para agarrá-la e deitar-se com ela, a moça gritou: “‘Não, meu irmão! Não me faça essa violência. Não se faz uma coisa dessas em Israel! Não cometa essa loucura’. Mas Amnon não quis ouvi-la e, sendo mais forte que ela, violentou-a” (2Sm 13.12-14).

Quando o governador romano Pôncio Pilatos, sentado em tribunal entre a cruz e a caldeirinha, pressionado pelo povo -- que, por sua vez, era pressionado pelos chefes dos sacerdotes -- hesitou a respeito da sorte de Jesus, sua mulher lhe enviou esta mensagem: “Não se envolva com este inocente, porque hoje, em sonho, sofri muito por causa dele” (Mt 27.19). Mas, assim como Amnon, Pilatos não seguiu o conselho da esposa e agiu contra o seu próprio senso de justiça.

Quando os sobreviventes do cerco e da tomada de Jerusalém pelo rei Nabucodonosor intentaram fugir para o Egito, o profeta Jeremias declarou-lhes solenemente: “Não vão para o Egito” (Jr 42.19). Mas eles desobedeceram e foram buscar a proteção do Faraó, que não valeu de nada.

Curiosamente, o ser humano está sujeito a receber e a recusar não só o bom, mas também o mau conselho. De um lado, alguns sopram em seus ouvidos: “Não faça uma coisa dessas”, “Não cometa essa loucura” ou “Não se envolva com este inocente”. De outro lado, há sempre alguém dando a voz de comando contrário. O conselho de Deus era para que o homem não comesse o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, mas a serpente aconselhou a mulher a comer, e Eva, depois de comer, deu-o a seu marido (Gn 2.15-17; 3.1-4). Foi Jonadabe, amigo e primo de Amnon, quem o aconselhou a fingir-se de doente para satisfazer sua paixão sexual por Tamar (2Sm 13.3-5). Foi Jezabel quem aconselhou o marido, Acabe, a tomar criminosamente a vinha de Nabote, que ficava ao lado do palácio, o que provocou o severo juízo de Deus (1Rs 21.1-16).

Essa dupla opção é oposta entre si. Uma persegue a outra. Muitas vezes, a voz de uma e a voz da outra saem do mesmo lugar e têm a mesma energia. A força do Espírito segreda de um lado “Não faça” e a força da carne segreda do outro “Faça”. É uma verdadeira guerra civil, que durará por toda a vida terrena.

(por: Pastoral - Ultimato)


Porém ele deixou o conselho que os anciãos lhe tinham aconselhado e teve conselho com os jovens que haviam crescido com ele, que estavam diante dele. (1 Reis 12:8 – Almeida Revista e Corrigida)

Como é feliz o homem que não vai atrás da opinião das pessoas desligadas de Deus, que não fica à toa na companhia dos pecadores, nem participa de rodinhas onde fazem pouco caso de Deus”. (Salmo 1:1 - Bíblia Viva)

domingo, 15 de novembro de 2009

FIZ POR AMOR...

“Segui o amor…” (1 Coríntios 14:1)

“Richard, sete anos, era o penúltimo de nove filhos. Embora nunca lhe tivesse faltado atenção, tinha suas pequenas tarefas domésticas. Em uma tarde de sábado, três dias antes do Natal, minha mãe se apressava como de costume, para ultimar os preparativos. Ela pediu a Richard que subisse para engraxar os sapatos dela de domingo. Daí a pouco, Richard desceu trazendo os sapatos, orgulhoso por seu trabalho. Minha mãe ficou tão satisfeita que meteu a mão na bolsa e lhe deu 25 centavos. Vinte e cinco centavos eram quase um tesouro naquela época, especialmente a três dias do Natal, mas Richard parecia confuso. Olhou o dinheiro, pegou os sapatos e, em silêncio, subiu as escadas. Poucos minutos depois, minha mãe subiu correndo para trocar de roupa. Ao meter os pés nos reluzentes sapatos, seus dedos do pé direito toparam em algo. Ao perceber o incômodo, ela rapidamente puxou um chumaço de papel de dentro do sapato, desembrulhou-o e a moedinha de 25 centavos caiu de dentro. Escritos com garranchos de um menino de sete anos havia as palavras, ‘Fiz por amor’.”

(por Margaret Baillargeon)

O que vocês fizerem façam de todo o coração, como se estivessem servindo o Senhor e não as pessoas. (Colossenses 3:23 - NTLH)

domingo, 8 de novembro de 2009

MUDANDO SEMPRE

As mudanças debaixo de medo ou insegurança são algo ameaçador, porque elas provocam a preocupação de haver a possibilidade de as coisas piorarem ainda mais. Por sua vez, nos esperançosos as mudanças produzem encorajamento, porque eles crêem que as coisas podem ficar ainda melhor. O segundo grupo acredita que basta uma pessoa para fazer uma enorme influência; essas pessoas são os autênticos realizadores. (Buck Rogers)

Pense: qual seria a sua reação se você soubesse que daqui a dez anos a sua vida iria estar exatamente no mesmo patamar de hoje? Certamente que você não ficaria entusiasmado com tal perspectiva. Essa é a razão pela qual é por demais importante tomar decisões que venham a transformar a sua vida para melhor.

Se empresas e corporações não respondessem às demandas de consumidores, certamente que estariam indo em direção à falência. Quantas vezes você já viu o anúncio da Colgate dizendo: "Nova Fórmula"? Como você acha que se sentiria ao entrar no consultório de um dentista que tivesse o mesmo equipamento de há 30 anos, em vez de contar com o mais avançado que a tecnologia pode oferecer?

Mudança não é algo que deve ser protelado. Lembre-se, porém, de que nem todas as pessoas que crescem mudam... Contudo, todas as pessoas que mudam crescem - isso com a mais absoluta certeza. Não tenha medo das decisões que você já sabe que deve tomar. Você só irá aprender a tomar decisões ao tomá-las! É dessa maneira - e pela graça de Deus - que você irá genuinamente mudar.

(por Nélio DaSilva)

O Senhor observa passo a passo a vida de quem obedece a Ele de coração. Preparou para eles uma recompensa eterna. (Salmo 37:18)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um singular buquê de flores

"Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios" (Salmo 103:1-2).

O pintor Luiz Richter (1803-1884) sempre admirava a natureza e a glória de Deus na criação. Com tal disposição de espírito havia praticado sua arte para honrar a Deus.

Porém, em seus últimos anos de vida perdera a visão e se entristeceu muito por causa da cegueira. Certa vez, um amigo que passeava com ele no jardim lhe perguntou se era penoso não poder ver as flores que tanto amava.

Oh, quando passeio assim na natureza encontro toda espécie de flores. Enquanto penso em minha longa vida, colho uma flor depois da outra, uma para cada lembrança, até que por fim tenho um grande buquê: todas são manifestações da graça de meu Deus e Salvador, e meus olhos espirituais não se cansam de apreciá-las”, respondeu Richter, sorrindo.

Davi também disse: “Muitas são, SENHOR, meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco, e os teus pensamentos não se podem contar diante de ti; eu quisera anunciá-los e manifestá-los, mas são mais do que se podem contar” (Salmo 40:5).

O versículo de hoje nos exorta a não esquecermos os benefícios de Deus, mas a agradecê-Lo por eles. Somos conscientes de que nossa própria vida é um dom de Deus? E o que dizer do amor, da misericórdia e do desejo que Ele tem de Se relacionar conosco? Porém, nos “dias maus” parece que toda lembrança da bondade de Deus se dissipa, e passamos a olhar na direção errada, não para o autor e Consumador da nossa fé (Hebreus 12:2), mas para nossa própria dificuldade. Por isso é tão importante nos aplicarmos a trazer à memória – independente das circunstâncias – o que nos pode dar esperança (Lamentações 3:21). Caso contrário, seremos consumidos pela tristeza e desespero que há neste mundo.

(Extraído do devocional Boa Semente)

sábado, 10 de outubro de 2009

Tempo De Não Fazer Nada - Apenas Confiar

Durante anos os israelitas almejaram ser governados por um rei humano. E finalmente, Deus permitiu-o. Ele disse ao profeta Samuel para ungir Saul para governar sobre Israel. Então o profeta encontrou-se com Saul, verteu uma vasilha de óleo sobre sua cabeça, e beijou-o. Depois disse a Saul, "Porventura te não tem ungido o Senhor por capitão sobre a sua herdade?" (I Samuel 10:1).

A nenhum ser humano poderia ser dado tamanho elogio. Basicamente, Samuel disse, "Saul, Deus é contigo. Tu és um vaso escolhido; selecionado com cuidado por Deus." Além disso, Deus abençoou Saul imediatamente com um coração disposto a cumprir o seu chamado: "Deus lhe mudou (a Saul) o coração em outro... e o espírito do Senhor se apoderou dele (Saul), e profetizou” (versículos 9-10).

Contudo, Saul não se vangloriava; não ostentava a sua unção ou condição. De facto, a Bíblia diz que ele próprio se viu pequeno (ver I Sam. 15:17). Vemos um exemplo da humildade de Saul quando este regressou à casa após o encontro com Samuel. O seu tio interpelou-o, curioso sobre o que se passara. Este tio tinha consciência de que Samuel tinha a reputação de falar apenas com um grande propósito em mente. Então implorou a seu sobrinho, "Por favor Saul, diz-me - o que é que Samuel te disse?"

Mas, as escrituras dizem, "Porém o negócio do reino, de que Samuel falara, (Saul) lhe não declarou" (10:16). Saul dispunha de notícias incríveis - no entanto não proferiu palavra alguma sobre isso. Pergunto-lhe: quantas pessoas você conhece que guardariam uma coisa destas para si?

Pouco depois Samuel reuniu o povo em Mizpá. O profeta tinha dois propósitos: primeiro, queria corrigir o povo por renunciar a Deus e desejar um rei humano. Segundo, queria apresentar-lhes Saul como o rei escolhido por Deus. Porém, quando chegou a hora de Saul ser apresentado, não o encontraram. Samuel enviou uma delegação a procurá-lo - e finalmente localizaram Saul escondido entre bagagens.

Quando Saul foi apresentado perante a multidão, tinha tudo o que eles desejavam num rei. Era alto e formoso, "mais alto do que todo o povo do ombro para cima" (10:23). Samuel disse, "em todo o povo não há nenhum semelhante a ele" (versículo 24). E Israel gritou em aprovação "Viva o rei" (mesmo versículo).

Nos dois primeiros anos, Saul provou ser um líder forte e piedoso. Quando ouviu que os amonitas tinham invadido Jebes-Gileade, "O espírito de Deus se apoderou de Saul" (11:6). Saul depressa recrutou uma milícia de 330.000 homens, e essa mistura heterogénea, um exército mal armado, derrotou os amonitas. Depois, Saul deu toda a glória a Deus (vide versículo 15). E em pouco tempo o piedoso rei conduziu Israel à vitória sobre todas as nações que os saquearam - Moabe, Amom, Edom, Amaleque, e até sobre os poderosos filisteus (vide 14:47-48).

Quem não gostaria de ter um homem assim para rei? Saul era humilde, corajoso, esplêndido de aparência, ajudado por Deus, movia-se poderosamente no Espírito, era atento à direcção do santo profeta. Saul era o modelo do líder fiel.

Porém, incrivelmente, este mesmo homem ungido iria morrer em total rebeldia. Pouco depois das suas vitórias incríveis, Saul perdeu a unção e foi-lhe retirado o reino. Foi abandonado por Deus, tornou-se incapaz de ouvir a voz do Espírito, e finalmente foi possuído por um espírito maligno. Acabou por matar inocentes. Ordenou a morte de sacerdotes indicados por Deus. E, na véspera da sua morte, procurou a orientação de uma feiticeira. O rei que uma vez conduzira Israel ao triunfo sobre os inimigos, acabou seus dias como um insano enraivecido.

Que triste fim para um, outrora, ungido servo de Deus. O que aconteceu a Saul? O que levou este homem humilde a descer à loucura e destruição? Teria havido algum ponto de viragem na vida de Saul, quando ele começou a se desgovernar?

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O Momento Chave Na Vida de Saul Ocorreu em I Samuel 13.
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Saul passou por um momento chave que todo o crente deverá com o tempo passar. É uma ocasião crucial de crise, quando somos forçados a decidir se vamos esperar em Deus pela fé, ou ficar impacientes e resolver o assunto com as próprias mãos.

O momento chave de Saul surgiu quando ameaçadoras nuvens de guerra se concentravam sobre Israel. Os filisteus tinham juntado um exército enorme de 6.000 cavaleiros, 30.000 carros, e legiões de soldados equipados com as armas mais recentes. Para Israel o número deles parecia "como a areia que está à borda do mar" (I Samuel 13:5). Em contraste, os israelitas tinham apenas 2 espadas no seu exército - uma para Saul, outra para seu filho, Jônatas. Todos os restantes tinham de utilizar armas alternativas como lanças de madeira ou rudes ferramentas agrícolas.

Agora, à medida que os israelitas viam os poderosos filisteus a aproximarem-se, entraram em pânico. "O povo se escondeu pelas cavernas, pelos espinhais, e pelos penhascos, e pelas fortificações e pelas covas" (13:6). Outros fugiam para outros países, para evitarem ser recrutados no exército de Saul. Outros desertaram em completa covardia. De repente o exército de 330.000 homens que derrotou os amonitas ficara reduzido a 600. E mesmo esses que ficaram, tremiam de medo (vide 13:7). A situação de Israel parecia desesperadora.

Uma semana antes, Samuel advertira Saul que esperasse por si em Gilgal antes de ir para a batalha. O profeta disse-lhe que chegaria 7 dias depois para fazer os sacrifícios próprios para o Senhor. Não conhecemos o significado desta espera de 7 dias; talvez Samuel soubesse que viria de algum sítio distante onde a sua presença era necessária. Porém, é mais provável que esta semana de espera tivesse o intuito de testar a fé de Saul.

Quando o sétimo dia chegou e Samuel não tinha chegado, os soldados de Saul começaram a se dispersar. Pior, o rei não tinha a direcção de Deus para a batalha. Agora, coloque-se na posição de Saul durante um momento. Veja o assustador exército filisteu a marchar na sua direcção. Sinta o poderoso retumbar dos carros. E quando olha para o que resta do seu exército, vê que eles estão a tremer com as suas armas insignificantes. Está tudo fora do controle. O que é que você vai fazer?

Você poderá perguntar, "Será que Saul tinha de ficar sentado ali sem fazer nada?" Sim - era exactamente isso que ele tinha de fazer. Esperar e orar. De facto, isto estava implícito quando Samuel apresentou Saul como rei. O profeta disse a Israel, "Se temerdes ao Senhor, e o servirdes, e deres ouvidos à sua voz, e não fordes rebeldes ao dito do Senhor, assim vós, como o rei (Saul) que reina sobre vós, seguireis ao Senhor vosso Deus. Mas se não derdes ouvidos à voz do Senhor, mas antes fordes rebeldes ao dito do Senhor, a mão do Senhor será contra vós" (12:14-15).

Samuel explicou, "O Senhor quer receber toda a glória pelo que Ele faz através do nosso rei. Ele quer que o mundo saiba que a vitória não vem pelas estratégias, pelas armas ou números - mas sacrificando a Deus através de oração fervorosa e confiança Nele."

Então, que atitude tomou Saul? Será que ficou firme e declarou, "Não quero saber se Samuel leva oito dias a chegar. Vou ficar firme na palavra de Deus para mim. Quer viva quer morra, obedecerei à Sua voz"? Não - Saul entrou em pânico. Deixou-se intimidar pelas circunstâncias. Acabou por manipular a situação torneando a palavra de Deus. Ordenou ao sacerdote presente, Abija, que sacrificasse sem a presença de Samuel.

Quando Samuel finalmente regressou, ficou horrorizado. Cheirou-lhe a carne queimada vinda do altar. Então perguntou a Saul, "Que fizeste?" (13:11). A pergunta do profeta sugere-nos que Saul não fazia a mínima idéia da gravidade do seu pecado. Samuel estava-lhe a perguntar, "Apercebeste-te do que fizeste? Dei-te uma ordem simples e clara. Não deverias fazer nada até eu chegar. Não estavas em perigo, mas tomaste o assunto nas tuas mãos. Agiste por medo, não em fé. Cometeste um pecado gravíssimo perante o Senhor."

Esta é a explicação de Saul: "Porquanto via que o povo se espalhava de mim, e tu não vinhas nos dias aprazados, e os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás" (13:11). Note-se a acusação de Saul nas suas palavras: "Não regressaste a tempo Samuel." Ele estava a falar com o profeta, mas sua acusação estava, na verdade, a dirigir-se a Deus. Saul estava a dizer, “Tinha de fazer algo - estavam todos a desertar. Seguramente o Senhor não esperava que eu agüentasse mais tempo."

Não - Deus nunca se atrasa. O tempo todo, o Senhor conhecia cada passo que Samuel estava a tomar em direcção a Gilgal. Colocou o profeta numa rota de navegação celestial, planejando a cada segundo a sua chegada. Samuel estaria lá no sétimo dia, nem que fosse um minuto antes da meia noite. Podemos crer que Deus não enganou Saul neste aspecto; como vemos, Samuel chegou na hora.

À primeira vista, a reacção de Deus para com a desobediência de Saul parece severa. Samuel disse: "Obraste nesciamente, e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou; porque agora o Senhor teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. Porém agora não subsistirá o teu reino: já tem buscado o Senhor para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o Senhor, que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou" (versos 13-14).

Poderá perguntar-se: "Porque é que Deus não abriu uma excepção para Saul, aqui? Este homem estava numa situação terrível. Além disso, ele apenas queria conquistar uma vitória para o Senhor. Porque é que a OBEDIÊNCIA de Saul era tão importante aqui?" Resposta: Deus queria que todos os poderes do inferno soubessem que a batalha é do Senhor - e é ganha por pessoas escolhidas, pessoas de fé que confiam e esperam Nele.

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O Que é Que Isto Nos Ensina Hoje?
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Deus não mudou com os tempos. Ele continua preocupado se o Seu povo obedece ou não ao Seu mandamento: "derdes ouvidos à sua voz, e não fordes rebeldes ao dito do Senhor" (I Samuel 12:15). Não importa se a sua vida está fora do controle - temos de caminhar em total confiança no Senhor. Mesmo quando parece que não há esperança, não ajamos em medo. Antes, deveremos esperar pacientemente que o Senhor nos livre, como nos promete a Sua Palavra.

O facto é que Deus ficou ao lado de Saul enquanto o exército filisteu o pressionava. O Senhor viu os carros retumbantes, e viu as armas afiadas a brilhar. Conhecia a crise em que Saul estava, com seus soldados amedrontados. Os Seus olhos estavam em cada detalhe.

Igualmente, o nosso Deus vê cada detalhe da sua crise. Ele vê todos os problemas da vida a pressioná-lo. E Ele está totalmente consciente que a sua situação piora de dia para dia. Os que oram e esperam Nele calmamente e com fé nunca estão em perigo real. Mais, ele conhece seus pensamentos de pânico: "Não vejo como pagar esta dívida... Não tenho esperanças para o meu casamento... Não sei como manter meu emprego." No entanto, o seu mandamento continua fiel: "Não entres em pânico, nem te adiantes a Mim. Não faças nada, só tens de orar - e descansar em Mim. Eu honro todos os que confiam em Mim."

Relembre estas palavras dadas por Deus à igreja: "Sem fé é impossível agradar-Lhe" (Hebreus 11:6). "Confiai nEle, ó povo, em todos os tempos; derramai perante Ele vosso coração. Deus é o nosso refúgio." (Salmo 62:8). "Vós, os que temeis ao Senhor, confiai no Senhor: ele é seu auxílio e seu escudo" (Salmo 115:11). "Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio conhecimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas." (Provérbios 3:5-6).

O Senhor é muito paciente conosco. Na realidade, Ele convida-nos, "trazei vossas firmes razões", ou “apresentai a vossa demanda” (Isaías 41:21). Ele sabe que os nossos antepassados passaram por momentos de dúvida, desde Abraão até os santos do Novo Testamento. Tempos houve, em que quiseram morrer, chorando, "Não suporto mais." Até Jesus teve um momento de dúvida, perguntando, "Porque me abandonaste?"

O nosso Deus sente cada golpe de dor, temor e pânico que vem sobre nós. Podemos receber repentinamente más notícias - um ente amado faleceu, um filho ou filha está-se a divorciar, o cônjuge teve um relacionamento extraconjugal. Nesses momentos Deus envia o Espírito Santo para nos consolar, acalmar a nossa dor e repousar nossos corações.

No entanto Saul permaneceu com medo e em pânico durante sete dias inteiros. E durante todo esse tempo, o Espírito Santo pedia-lhe que tomasse uma decisão: "Sim Saul, parece que não há esperança. Mas não tinhas exército anteriormente contra os amonitas, e Deus te salvou na época. Então, que vais fazer hoje? Obedecerás a palavra de Deus, não importa o que te aconteça ou ao reino? Dirás como Jó, ‘Ainda que pereça, Nele confiarei’?"

Sabemos que Deus conhece o coração de cada pessoa. E sabia que a decisão que Saul tomasse decidiria o rumo da sua vida dali em diante. Afinal de contas, ele teria de enfrentar muitas situações semelhantes. Ganhamos um pouco de visão da decisão de Saul nas suas palavras para Samuel: "Violentei-me, e ofereci holocausto" (I Samuel 13:12). A raiz da palavra "violentar-me", neste contexto significa "impedir-se". Com isto Saul queria dizer, "Tentei ser obediente. Impedi-me de ser desobediente o máximo possível. Mas finalmente tive de agir por minha conta e risco."

Como resultado, Deus deixou Saul e revogou sua nomeação como rei. Por que? Porque o Senhor sabia que a partir deste dia, Saul oferecer-Lhe-ia uma fé morta. Ele sabia que Saul não agüentaria outro teste de obediência. Em vez disso, acabaria produzindo maquinações e manipulações.

A incredulidade é mortal, as suas conseqüências são trágicas. E enfrentaremos conseqüências terríveis se tentarmos superar as provas por nós mesmos, em vez de confiarmos em Deus para as superar. Isto é explícito com a vida de Saul. Desde o momento em que Saul tomou a decisão fatídica de tomar as rédeas nas mãos, a sua vida desmoronou-se rapidamente. A sua descrença abriu as portas para todo o tipo de mal no seu coração.

De facto, a vida de Saul ilustra os degraus para a ruína causados pela descrença:

(1) Saul Tornou-se um Legalista da Pior Espécie.

Após ter pecado, a alma de Saul tornou-se rígida e legalista. Este espírito legalista quase provocou a morte do seu amado filho Jônatas.

Jônatas e seu escudeiro decidiram realizar um ataque surpresa à guarnição filistéia. A emboscada causou tal confusão no campo filisteu que eles começaram a lutar entre si, matando-se uns aos outros. O estrondo era de tal ordem que: "e até a terra se alvoroçou" (I Samuel 14:15).

Quando Saul viu os filisteus em fuga, lançou um ataque total. Ordenou às suas tropas para lutar durante todo o dia sem parar. Ao anoitecer, os israelitas estavam tão fatigados que quase entravam em colapso. Mas Saul fez um voto tolo: se alguém parasse para comer antes de a batalha ter terminado, seria amaldiçoado.

Jônatas não conhecia o voto, pois estava a lutar numa área distante. Então fez uma breve pausa na luta. Como tal, aproveitou e comeu um pouco de mel de uma colmeia para se refrescar para a batalha.

Nessa noite, os soldados de Saul não agüentaram mais. Correram com avidez sobre os despojos do que tinham ganho e começaram a assar animais e a comê-los. Ora, a lei judaica estabelecia que qualquer animal deveria ser sangrado antes que pudesse ser comido. Então, quando Saul viu tal coisa, encheu-se de raiva. Replicou: "Vocês não respeitam a lei de Deus". "Eis que o povo peca contra o Senhor, comendo com sangue" (I Samuel 14:33).

Saul tinha se tornado legalista, nomeando-se a si próprio como policial da santidade divina. Sem dúvida, os sacerdotes que ali estavam aplaudiram-no, dizendo: "Graças a Deus Saul está assumindo posição em favor da santidade." Mas, de fato, Saul era o maior pecador em campo: estava em total desobediência, caminhando em estrondosa descrença. No entanto pôde declarar sem reflectir: "Que Deus tenha misericórdia do soldado faminto que quebrar um til da lei, comendo carne sangrante."

Nessa noite, Saul tomou outra decisão tola: decidiu que o exército ficaria toda a noite acordado para continuar em batalha. Entretanto, os sacerdotes protestaram, insistindo para que consultasse primeiro o Senhor. Porém, quando oraram, Deus não respondeu. E aí Saul ficou indignado novamente. Declarou, "Deus não responde porque alguém pecou. Quem é o culpado?" Disse: "Porque vive o Senhor... ainda que seja o meu filho Jônatas, certamente morrerá" (I Samuel 14:39).

Este tipo de autodisciplina é verificado em todos os legalistas. Não confiam em Deus para lhes conceder essa rectidão, então tentam criar uma justiça sua. E acabam por criar um sistema que não tem em conta os seus próprios pecados e, contudo sublinha as falhas dos outros.

Saul decidiu lançar a sorte para descobrir quem tinha pecado. A sorte final caiu sobre si e sobre seu filho Jônatas. Imediatamente, Saul culpabilizou o filho dizendo: "Eu sei que não estou em pecado. Tem de ser tu." Jônatas admitiu que tinha comido o mel, mas disse que nada sabia sobre o juramento. Não obstante, Saul tinha agora entrado numa cruzada moral, empenhando-se para parecer santo. Se Deus não interviesse através do povo, Saul teria morto o próprio filho - apenas para provar o seu zelo sagrado.

Em minha opinião, incredulidade é a raiz de todo o legalismo. Como? Porque ela se recusa a aceitar as promessas de aliança vindas de Deus; as de que Seu Espírito subjuga os nossos pecados, nos dá poder para obedecer, instila o Seu temor em nós, leva-nos a andar em rectidão, dá-nos um ódio santo pelo pecado. Quando nos apartamos da verdade da aliança de Deus, deixando de confiar e esperar que Ele faça o trabalho, tornamo-nos legalistas. Criamos o nosso próprio conjunto de regras rígidas, destituídas do poder do Espírito.

(2) Saul Perdeu Todo Discernimento Espiritual.

A descrença de Saul cauterizou sua consciência, tornando-o distraído quanto ao pecado. Repentinamente, o pecado perde sua "pecaminosidade" aos olhos daquele que, outrora, fora um homem de Deus.

Vemos um exemplo disto quando Samuel ordena a Saul que aniquilasse os amalequitas. O profeta deu a Saul instruções claras para destruir tudo o que dissesse respeito a Ameleque - suas famílias, seu gado, tudo. Não deveria poupar nada nem ninguém.

Contudo, quando a batalha terminou, Saul manteve o rei Agague como troféu vivo. Também guardou alguns dos despojos - o melhor do gado, das roupas e pertences amalequitas. Saul teve até a audácia de erguer um monumento a si próprio, em memória da sua vitória. Uma vez mais demonstrou seu acintoso desrespeito para com a palavra de Deus.

Quando Samuel chegou, não acreditou no que via. O campo de batalha tornara-se numa grande feira. As pessoas comercializavam gado, experimentavam roupas, assavam animais. Porém, o maior dos cúmulos é que lá estava o rei Agague em meio à cena.

Samuel dirigiu-se a Saul e perguntou: "Saul, que algazarra é esta que eu ouço?" Saul respondeu mentindo descaradamente: "Ah, o povo está a separar algum gado para que possam sacrificar ao Senhor por esta grande vitória. Mas destruí todo o resto. Acatei fielmente o mandamento do Senhor. Vamos ter um grande reavivamento."

Samuel chorou alto. Perguntou a Saul, "Porque, pois, não atentaste à voz do Senhor, mas te lançaste ao despojo e fizeste o que era mal aos olhos do Senhor?" (I Samuel 15:19). Saul respondeu, "Antes, dei ouvidos à voz do Senhor... e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas destruí totalmente" (verso 20).

Como pôde Saul ser tão cego? Mentiu diante de claras evidências de que desobedecera. Porém, tragicamente, Saul acreditou na própria mentira. Perdera todo o discernimento.

Alguns cristãos hoje em dia são exatamente como Saul. Entregam-se à toda espécie de desobediência, depois vão directamente para a igreja orar: "Senhor, dei-te o meu melhor. Toma - aceita o meu sacrifício de louvor." Estes crentes são como a mulher descrita em Provérbios: "Tal é o caminho da mulher adúltera: ela come, limpa sua boca e diz não cometi maldade." (Provérbios 30:20).

Como é que os cristãos chegam à uma situação destas? Começa quando recusam aceitar a justiça de Deus pela fé. Tentam estabelecer sua própria justiça tornando-se em legalistas e julgando os outros. Vacilam na fé, não esperando em Deus pela direcção - e fazem as coisas à sua maneira. Com o decorrer do tempo, perdem o discernimento, as suas consciências tornam-se totalmente cauterizadas. Finalmente, tornam-se partidários do próprio pecado.

De acordo com as Escrituras, é aqui que as sementes do ocultismo ganham raízes. Aos olhos de Deus, a desobediência em se crer na Sua palavra eqüivale à feitiçaria. Como Samuel disse a Saul nesta ocasião: "Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria." (I Samuel 15:23).

(3) Quando o Discernimento É Perdido e a Consciência Cauterizada,
Não Há Defesa Possível Contra o Espírito de Inveja.

"E o Espírito do Senhor se retirou de Saul, e o assombrava um espírito mau, da parte do Senhor" (I Samuel 16:14). Bem, Deus não enviou, literalmente, um espírito maligno sobre Saul. Apenas permitiu que o inevitável sucedesse. Veja, quando uma pessoa que é regida pela descrença chega a este ponto - tornando-se legalista, perdendo o discernimento e cauterizando a consciência - não há defesas contra a invasão dos espíritos de ciúme e inveja. E estes espíritos gémeos atemorizam toda a alma em que entram.

Por esta altura, Saul começa a ter espasmos demoníacos, vociferando e irando-se com todos. Os seus servos ficaram tão atemorizados, que chamaram Davi para tocar sua harpa e cantar salmos para Saul, tentando acalmar seu espírito. Claro, Davi era um homem que confiava totalmente no Senhor - e sua música ungida trouxe paz à alma de Saul.

O rei ficou tão grato que fez Davi capitão do exército. Porém quando este mostrou coragem e habilidade em batalha, Saul encheu-se de insana inveja contra ele. A inveja torna crentes em pessoas abomináveis. Todo aquele que não confia em Deus não confia nos outros tampouco. E pessoas invejosas ou ciumentas acusam os outros dos pecados mais evidentes neles próprios. Mais ainda, vêem-se como vítimas. Estão convencidas de que os outros estão sempre com inveja delas, constantemente a falar delas, constantemente a persegui-las. A inveja não é apenas uma fase que as pessoas atravessam - é um espírito vindo do inferno. Tira do povo de Deus todo o propósito celestial. Faz com que se concentrem em suas batalhas pequenas e carnais.

Pergunta-se de onde é que o seu espírito de ciúme vem? Insisto em que você olhe para trás, para os seus tempos de provação, e pergunte a si mesmo como é que reagiu. Comprometeu-se a confiar em Deus, aconteça o que acontecer? Ou abrigou o pensamento de que Deus não chegou a tempo para si?.

Considere o final trágico da alma incrédula de Saul. A sua última consulta antes de partir para a eternidade foi com uma bruxa. Escute as palavras finais de Saul: "Deus se tem desviado de mim, e não me responde mais" (I Samuel 28:15).

Porém, há boas novas para todo o crente nesta era da Nova Aliança. Cristo pagou a penalidade da nossa rebelião. (Claro está que a graça de Deus e o Seu perdão estavam disponíveis para Saul, mas o seu coração manteve-se teimoso - e um coração obstinado nunca deseja misericórdia).

Jesus veio para quebrar o feitiço da descrença - para quebrar as correntes do legalismo e livrar-nos das algemas da inveja. Mas primeiro temos de admitir o nosso pecado. Temos de confessar a nossa incredulidade - e depois lançar o nosso futuro, a nossa liberdade e nosso livramento totalmente aos cuidados de Jesus. Ele chegará a tempo. O nosso papel é não fazer nada - apenas confiar Nele.

Temos que perceber que estamos sendo testados. E Deus assegura que todo o que persevera em fé e crê Nele, não importa quão desesperadora pareça a situação, será honrado. "Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa que o ouro, que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra e glória, na revelação de Jesus Cristo" (I Pedro 1:7).

(Por David Wilkerson)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Humilhação preventiva e humilhação punitiva

O maior entre vocês será aquele que se põe a serviço dos outros. (Jesus Cristo)

A humildade é uma virtude rara e difícil. A cultura que nos rodeia valoriza a soberba e não a humildade. Dá mais valor à roupa, ao nome, aos diplomas, aos anéis, ao dinheiro, ao “status” social, à pose, ao poder, à aparência, e não reconhece o valor da piedade, da santidade de vida e da modéstia cristã. O sucesso, os elogios e as palmas alvoroçam a vaidade latente e fazem a pessoa se esquecer de sua origem humilde e da ação da graça de Deus em sua vida. Daí a exortação várias vezes repetida: “Lembre que você foi escravo no Egito e que eu, o Senhor, seu Deus, o tirei de lá com a minha força e o meu poder” (Dt 5:15; 15:15; 24:22).

Além do mais, por sua natureza, a humildade tem de se alojar primeiro no íntimo para depois se exteriorizar. É uma virtude para Deus ver e não para os outros verem.

Pode parecer amargo, mas não há nada melhor para curar a falta de humildade do que a experiência da humilhação, que controla a altura da autoadmiração equivocada e exagerada. Em alguns casos, é o único tratamento que dá certo. Para curar a soberba do Egito e tornar o país “o mais humilde dos reinos” foram necessários quarenta anos de desolação e dispersão (Ez 29:1-16). Foi a humilhação do distúrbio mental que levou Nabucodonosor a passar algum tempo na companhia dos animais do campo, como se fosse um deles, que o curou. O tratamento só terminou quando ele aprendeu que Deus “pode humilhar aos que andam em soberba” (Dn 4:1-37).

Existe uma humilhação sem dor e outra muito dolorosa. A primeira é a humilhação “preventiva”. A própria pessoa se cuida continuamente, reconhecendo sua pequenez, sua fragilidade, suas limitações, sua dependência da misericórdia divina, da comunhão com Deus e dos exercícios devocionais (leitura proveitosa das Escrituras e prática da oração). Em seu segundo discurso a Israel à porta da terra prometida, Moisés fez a seguinte exortação: “Tomem cuidado para não ficarem orgulhosos e esquecerem o Senhor, nosso Deus, que os tirou do Egito, onde vocês eram escravos” (Dt 8:14, NTLH).

Já que a posição de Deus varia de acordo com a autoavaliação da pessoa (se ela é soberba, Deus se põe contra ela; se é humilde, Deus a trata com bondade), Pedro recomenda a humilhação preventiva: “Sejam humildes debaixo da poderosa mão de Deus para que ele os honre no tempo certo” (1Pe 5:6). No Sermão do Monte, Jesus dedica uma das bem-aventuranças à humildade -- as pessoas humildes receberão o que Deus tem prometido (Mt 5:5). O espinho na carne de Paulo nunca foi castigo. Era um medicamento para cortar os riscos de uma eventual soberba (2Co 12:7).

A humilhação punitiva só acontece quando não existe a humilhação preventiva. É uma lei inflexível: “Quem se engrandece será humilhado” (Mt 23:12). Uma das frases mais sucintas e mais sábias sobre esse tipo de humilhação é da lavra de Salomão: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pv 16:18). A paráfrase da Bíblia Viva é mais dura: “A desgraça está um passo depois do orgulho; logo depois da vaidade vem a queda”.

(Ultimato - Pastorais)

Porquanto, qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. (Lc 14:11)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SERVIR: PRIVILÉGIO DE POUCOS...

É natural ao coração humano a busca de conforto, status, poder e tudo quanto vem agregado a estas realidades. Tiago, João e sua mãe foram até Jesus solicitar tais privilégios na consumação do reino de Deus. Jesus não disse nem que sim, nem que não, mas aproveitou para reforçar que o reino de Deus é reino de servos e, portanto, os servos são os verdadeiros governantes do mundo. No reino de Deus, o privilégio e o ônus de governar não é das “pessoas importantes”, mas dos servos, até porque, governar é servir. No reino de Deus, a maneira de governar não é exercendo domínio sobre os governados, mas servindo os governados, até porque, governar é servir. Na lógica do reino de Deus, o oposto também é verdadeiro: servir é governar.

Para servir é necessário sair da zona de conforto, isto é, fazer o indesejado, dedicar tempo para tarefas pouco atraentes, assumir responsabilidades desprezadas pela maioria, fazer “o trabalho sujo”, enfim fazer o que ninguém gosta de fazer. Para servir é necessário vencer o orgulho, isto é, se dispor a ser tratado como escravo, ter os direitos negligenciados, ser desprestigiado, sofrer injustiças, conviver com quase nenhum reconhecimento, enfim, não se deixar diminuir pela maneira como as pessoas tratam os que consideram em posição inferior. Para servir é necessário abrir mão dos próprios interesses, isto é, pensar no outro em primeiro lugar, ocupar-se mais em dar do que em receber, calar primeiro, perdoar sempre, sempre pedir perdão, enfim, fazer o possível para que os outros sejam beneficiados ainda que às custas de prejuízos e danos pessoais.

Não é por menos que em qualquer sociedade humana existem mais clientes do que servos. Servir não é privilégio de muitos. Servir é para gente grande. Servir é para gente que conhece a si mesma, e está segura de sua identidade, a tal ponto que nada nem ninguém o diminui. Servir é para gente que conhece o coração das gentes, de tal maneira que nada nem ninguém causa decepção suficiente para que o serviço seja abandonado. Servir é para quem conhece o amor, de tal maneira que desconhece preço elevado demais para que possa continuar servindo. Servir é para quem conhece o fim a que se pode chegar servindo e amando, de tal maneira que não é motivado pelo reconhecimento, a gratidão ou a recompensa, mas pelo próprio privilégio de servir. Servir é para gente parecida com Jesus. Servir é para muito pouca gente.

A comunidade cristã – a Igreja, pode e deve ser vista, portanto, como uma escola de servos. Uma escola onde aprendemos que somos portadores do dna de Deus, dignidade que ninguém nos pode tirar. Uma escola onde aprendemos que, por mais desfigurado que esteja, todo ser humano carrega a imagem de Deus. Uma escola onde aprendemos a amar, e descobrimos que, se “não existe amor sem dor”, jamais se ama em vão. Uma escola onde aprendemos que “mais bem aventurada coisa é dar do que receber”.

Servir é mesmo privilégio de poucos. De minha parte, preferiria ser servido. Mas aí teria de abrir mão do reino de Deus. Teria de abrir mão de desfrutar do melhor de mim mesmo. Teria de abrir mão de você. Definitivamente, me custaria muito caro. Nesse caso, continuo na escola.

(por Ed René Kivitz)

Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. (Marcos 10:45)

Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. (João 13:15)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

CONFORTO, SENTIDO E VIDA

Nossa tendência natural é a busca pelo conforto, que surge da adaptação. Adaptamo-nos às situações e criamos hábitos. Mas o conforto não é bom, como pensamos, porque nossa alma não discerne facilmente entre a boa situação e a má situação antes de permitir que elas se estabeleçam. Assim, nos adaptamos a realidades más, que nos impõe dor, por vezes humilhantes e indignas. Isso se torna nosso conforto, pois aprendemos a viver uma vida ruim e nossa alma se vicia nisso ao ponto de não sabermos viver uma boa vida.

Passamos a crer na fatalidade e na fantasia. A fatalidade é afirmação de que nascemos para sofrer, de que a vida não pode ser melhor, de que não somos dignos de uma vida boa. A fantasia é o grito desesperado em meio a angústia de quem clama para que algo exterior mude tudo, nos tire da vida que vivemos, nem que seja a própria morte. É a esperança falsa de que pode ser hoje que alguma coisa aconteça para nos tirar da situação da qual não conseguimos sair sozinhos, à qual estamos adaptados, mas que no fundo sabemos que é ruim.

Quanto mais adaptados às situações, maior precisa ser o fator de mudança. Algumas vezes, uma tragédia. Somos então tirados de nosso conforto, por vezes com dor e perda significativa, e temos a impressão de que se trata de algo ruim. O que já era ruim, agora piorou.

Até que descobrimos que a perda, a dor, a partida, o fracasso, o escândalo, o flagrante, enfim, o fator exterior que mudou a situação não foi o mal, mas o bem que nos libertou da vida que vivíamos e que não teríamos coragem de abandonar, por mais que nos fizesse mal.

A alma não foi feita para o conforto, mas para o que tem significado. A morte do conforto é o início da vida.

(por Alexandre Robles)

-Como são grandes as riquezas de Deus! Como são profundos o seu conhecimento e a sua sabedoria! Quem pode explicar as suas decisões? Quem pode entender os seus planos? (Rm 11:33 - NTLH)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

MUDANÇAS

Mudanças são inevitáveis na vida, elas acontecerão mesmo que você não queira. Elas podem acontecer por causa de um planejamento nosso que prevê a sua necessidade. Essas são as mudanças mais fáceis de aceitar, visto que somos nós mesmos que a provocamos.

Mudanças podem acontecer de maneira esperada, ou seja, ao nos depararmos com uma circunstância qualquer podemos prever que uma mudança será necessária e nos preparamos para ela. Embora não a tenhamos desejado temos tempo para planejar e nos preparar para ela.

Mas existem mudanças que parece que nos atropelam. Elas vêm sem que planejemos e tão rápido que não temos tempo para nos preparar. Quando nos damos conta já não somos os mesmos ou não estamos mais na mesma situação. Restando-nos apenas a alternativa de nos adaptarmos rapidamente ao novo contexto para sofrermos menos os efeitos adversos dela.

Existem duas situações em que eu vejo que podemos sofrer sem necessidade em caso de mudanças. Uma é não aceitar a mudança e resistir a ela. Normalmente isso acontece quando não queremos mudar e Deus determina a mudança. Outra, um pouco mais complicada, é quando nós temos planos de mudança, mas Deus provoca outras mudanças em nossa vida que inviabilizam as nossos próprios planos. Ficamos frustrados com a impossibilidade de executar o que queremos e ainda temos de enfrentar a adaptação a uma mudança não desejada. Muitas vezes Deus faz isso para corrigir os nossos caminhos que, se estabelecidos, poderiam nos levar para longe dEle e dos Seus propósitos para nós.

Na história de José (Gênesis 37-45), em nenhum momento é registrado resistência, mas em todas as mudanças vemos que ele se adaptou a elas e tirou o melhor resultado que pôde. E fez isso até o dia em que Deus revelou o propósito por trás de todas as mudanças que ele passou na vida.

E você, está passando por uma mudança nesse momento em que está difícil entender o que Deus está fazendo? Descanse na confiança de que Deus é soberano e está levando você pelos caminhos dEle para cumprir o propósito maior da sua vida.

(por Vinícios Torres)

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Romanos 8:28).

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Piano

“Compor a música da nossa vida é geralmente um processo lento e trabalhoso. Com paciência, Deus trabalha para nos ensinar!”

Desejando encorajar o progresso de seu jovem filho ao piano, uma mãe levou seu pequeno filho a um concerto de Paderewski. Depois de sentarem, a mãe viu uma amiga na platéia e foi até ela para saudá-la. Tomando a oportunidade para explorar as maravilhas do teatro, o pequeno menino se levantou e eventualmente suas explorações o levaram a uma porta onde estava escrito: "PROIBIDA A ENTRADA".

Quando as luzes abaixaram e o concerto estava prestes a começar, a mãe retornou ao seu lugar e descobriu que seu filho não estava lá. De repente, as cortinas se abriram e as luzes caíram sobre um impressionante piano Steinway no centro do palco. Horrorizada, a mãe viu seu filho sentado ao teclado, inocentemente catando as notas de um minueto.

Naquele momento, o grande mestre de piano fez sua entrada, rapidamente foi ao piano, e sussurrou no ouvido do menino: -“Não pare, continue tocando”. Então, debruçando, Paderewski estendeu sua mão esquerda e começou a preencher a parte do baixo. Logo, colocou sua mão direita ao redor do menino e acrescentou um belo acompanhamento de melodia. Juntos, o velho mestre e o jovem noviço transformaram uma situação embaraçosa em uma experiência maravilhosamente criativa. O público estava perplexo.

É assim que as coisas são com Deus. O que podemos conseguir por conta própria mal vale mencionar. Fazemos o melhor possível, mas os resultados não são exatamente como uma música, graciosamente fluida. Mas, com as mãos do Mestre, as obras de nossas vidas verdadeiramente podem ser lindas. Na próxima vez que você se determinar a realizar grandes feitos, ouça atentamente. Você pode ouvir a voz do Mestre, sussurrando em seu ouvido: -"Não pare, continue tocando".

Sinta seus braços amorosos ao seu redor. Saiba que suas fortes mãos estão tocando o concerto de sua vida. Lembre-se, Deus não chama aqueles que são equipados. Ele equipa aqueles que são chamados. E Ele sempre estará lá para amar e guiar você a grandes coisas.

(Autor Desconhecido)

...Eu sou o Senhor teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar. (Is 48:17)

Eis que Deus é excelso em seu poder; quem ensina como Ele? (Jó 36:22)

Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; une o meu coração ao temor do teu nome. (Sl 86:11)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O pacote de biscoitos

Uma moça estava à espera de seu vôo, na sala de embarque de um grande aeroporto.
Como ela deveria esperar por muitas horas, resolveu comprar um livro para passar o tempo. Comprou, também, um pacote de biscoitos.
Sentou-se numa poltrona, na sala Vip do aeroporto, para que pudesse descansar e ler em paz.

Ao lado da poltrona onde estava o saco de biscoitos sentou-se um homem, que abriu uma revista e começou a ler.
Quando ela pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um. Sentiu-se indignada, mas não disse nada.
Apenas pensou: “Mas que cara de pau! Se eu estivesse mais disposta lhe daria um soco no olho para que ele nunca mais esquecesse desse atrevimento!”

A cada biscoito que ela pegava, o homem também pegava um. Aquilo foi deixando-a indignada, mas não conseguia reagir.
Quando restava apenas um biscoito, ela pensou: “ah... o que esse abusado vai fazer agora?”
Então, o homem dividiu o último biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela.

Ah! Aquilo era demais! Ela estava bufando de raiva!
Então, ela pegou seu livro, pegou suas coisas e se dirigiu ao local de embarque.
Quando ela sentou-se confortavelmente numa poltrona, já no interior do avião, olhou para dentro da bolsa para pegar seus óculos e, para sua surpresa, seu pacote de biscoitos estava lá, ainda intacto, fechadinho!

Ela sentiu tanta vergonha! Percebeu então que a errada era ela...
Ela havia se esquecido que seus biscoitos estavam guardados em sua bolsa.
O homem havia dividido os biscoitos dele sem se sentir indignado, nervoso ou revoltado. Enquanto ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar dividindo o biscoito dela com ele. E já não havia mais tempo para se explicar... nem pedir desculpas!”

Existem 4 coisas que não se recuperam:

...a pedra, depois de atirada!
...a palavra, depois de proferida!
...a ocasião, depois de perdida!
...o tempo, depois de passado!


(Fonte: Bereanas)


A ironia da raiva em uma ação errada está em gerar novos erros por si só. A raiva quase nunca torna as coisas melhores. Na verdade, ela geralmente cria mais problemas. Mas a paciência paralisa o andamento do problema.


(O desafio de amar – 1º Dia)


sábado, 4 de julho de 2009

Invoca-Me!

Não é aquilo que você irá fazer, mas sim aquilo que você está fazendo que realmente poderá fazer uma enorme diferença. (Napoleon Hill)

Em uma fábrica de tecidos, onde funcionavam teares muito complicados, havia uma placa que dizia: "Se os fios se emaranharem, chame o supervisor".

Recentemente aconteceu o seguinte: os fios do tear de uma operária muito dedicada e hábil se enrolaram. Imediatamente ela tentou desenredá-los, mas seus esforços somente tornavam maior a confusão. Finalmente, cansada e mal humorada, ela pediu ajuda ao supervisor.

"Você mesma já tentou separar os fios?", perguntou ele. – "Sim". – "Por que você não me chamou, conforme a norma?" – "Fiz o melhor que pude", respondeu ela. – "Lembre-se, ‘o melhor' em tal caso é me chamar!"

Quantas pessoas neste mundo se assemelham a essa mulher! Elas são honestas, corajosas e trabalhadoras. Elas enfrentam a vida com determinação. Gostaríamos de resolver tudo sozinhos, dar conta dos problemas, pois não nos agrada pedir ajuda aos outros. Esforçamo-nos para encontrar a própria solução. Mas, todos os esforços são em vão. No final, ficamos totalmente desanimados.

Muitas vezes, as circunstâncias acabam se tornando tão difíceis que não conseguimos mais nos desvencilhar sozinhos dos problemas. Quantas vezes um médico já teve de dizer a um paciente: "Mas, porque você não veio antes?"

Quando alguém se encontra em tal situação, a única solução é ir ao Senhor e invocá-lO. Ele é a resposta a todos os nossos problemas e às muitas confusões provocadas pelos nossos erros. Sem Ele não podemos fazer nada – nem para nós mesmos, nem para outros.

No Salmo 50:15 lemos a maravilhosa promessa de Deus: ...invoca-Me no dia da angústia: Eu te livrarei, e tu Me glorificarás. Deus não rejeita a quem o invoca.

(do original de Norbert Lieth)

Aceitai o meu 'ensino' e não a prata, e o 'conhecimento', antes do que o ouro escolhido. Porque melhor é a 'sabedoria' do que jóias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela. (Provérbios 8:10-11)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Reconhecendo Que Somos Carentes

Uma das coisas mais difíceis para o ser humano é reconhecer as suas limitações e achar que pode viver sem interferências de outros em sua vida. Em certo sentido isso é normal quando passamos da infância para a adolescência.

Nessa fase da vida, nós queremos nos despregar de todo tipo de ajuda, dos conselhos e orientações da velha geração, considerados quadrados, ultrapassados e ranzinzas.

Alguns se acostumam com essas características próprias da adolescência e não crescem, não atingem a maturidade e se tornam excêntricos, auto-suficientes e até um pouco antipáticos.

Na vida religiosa ocorrem fenômenos parecidos. São pessoas que, presas a um raciocínio infantil desconhecem a realidade da vida. Acham que podem viver muito bem como estão e se precisarem mudar algum dia, podem fazê-lo sem a ajuda de alguém.

Então vem a pergunta: Pode realmente a pessoa mudar quando quiser e se transformar sem interferência ou ajuda externa? Especialmente no aspecto religioso isso se torna impossível porque não só as informações, mas também o poder são supridos por Deus.

O Senhor Jesus foi muito claro nesse sentido quando disse as palavras que estão escritas em João 15:5: “Sem Mim nada podeis fazer”.

O profeta Jeremias lança a pergunta: "Pode acaso o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então, nesse caso, vocês poderiam fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal" (Jeremias 13:23).

O orgulho humano é que impede que as pessoas reconheçam que são carentes. As pessoas cultas, ricas e poderosas tem mais dificuldade em reconhecer que são dependentes, inclusive de Deus, mas este não é um problema só dos ricos.

Alguns se esquecem até que o Criador é quem mantém a respiração das pessoas, e conserva o seu coração pulsando.

A grande verdade é que ninguém jamais irá a Jesus até que admita a sua incapacidade de salvar-se a si mesmo.

Somos como aquele homem da história, que tinha um carro cuja buzina não funcionava. Levou-o então a uma oficina para o devido reparo. Estava chovendo, e quando se aproximou da entrada da oficina, viu que a porta estava fechada, com o seguinte anúncio: Para ser atendido, buzine.

Amigo, na vida entramos em um círculo vicioso e nos debatemos usando apenas forças humanas, quando na realidade precisamos de uma ajuda externa, superior, que nos conduza a uma saída dos nossos labirintos.

Se quisermos realmente encontrar a saída, encontrar o caminho, precisamos fazer uma entrega da nossa vontade a Deus. A origem da palavra “entrega” é “dar-se por vencido”.

Nunca sairemos do beco, enquanto não desistirmos da idéia de que podemos fazer alguma coisa para melhorar a nossa condição antes de procurar a Deus.

Temos que ir a Cristo como estamos. Do jeito que somos. Precisamos reconhecer que somos carentes. Através dos nossos esforços simplesmente, nunca nos tornaremos pessoas melhores.

O nosso grande problema é que queremos abandonar as coisas, em vez de abandonar o nosso 'eu'. A grande verdade é que separados do Senhor nunca chegaremos aonde pretendemos.

Até para fazermos a nossa entrega precisamos da ajuda de Deus. Essa entrega foi descrita muito bem pelo grande apóstolo Paulo como sendo a crucifixão. Ele diz: "O nosso velho Homem deve ser crucificado com Ele" (Romanos 6:6).

Você não pode crucificar a si mesmo. Outra pessoa terá que fazê-lo. Nas Escrituras a cruz é usada como símbolo de rendição: "Se alguém quiser vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me" (Lucas 9:23).

A cruz é usada como símbolo de que não podemos entregar-nos a nós mesmos. Devemos permitir que Deus realize essa obra por nós.

O ladrão arrependido é o maior exemplo de alguém que reconheceu suas carências.

A Bíblia nos relata este fato da seguinte maneira: "Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso" (Lucas 23:39-43).

Por que sofrer sozinho na estrada?

(por Pr. Neumoel Stina)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

AMOR: DEUS É A REFERÊNCIA

Deus é Amor. O amor lhe é natural e exclusivo. Tudo nEle é Amor. Ele é a referência do amor, ou seja, para entendermos o que é amor e como se ama, precisamos entender como Deus amou.

O amor de Deus se manifestou essencialmente no sacrifício. Antes de criar todas as coisas o sacrifício de Jesus já era conhecido (1 Pedro 1:20).

Portanto, amor é sacrifício, é entrega, é abnegação. É assim que se ama.

Quem diz amar não pode ser egoísta, não pode ser consumista, não pode sonegar dádivas. Somente ama quem busca o interesse do outro e, se precisar, abre mão do seu. Somente ama quem sacrifica algo para manifestar seu amor.

E a quem é amado resta a gratidão, pois nada do que é sacrificado pode ser restituído, pago, devolvido, apenas pode ser valorizado, honrado. A gratidão é a única forma de responder ao amor que se sacrifica.

Quem diz que ama, mas somente busca seus interesses, não sabe o que é amor. Quem aceita a opressão de ter consigo pessoas que se tornaram zumbis existenciais, dizendo que amam, mas vivendo apenas de sugar a energia vital de quem os cerca, não sabe ser amado.

Somente quem ama como Deus, ama de verdade.

(por Alexandre Robles)

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Quem ama é paciente e bondoso.
Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso.
Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas.
Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo.
Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência.

(1 Cor 13 - NTLH)

terça-feira, 9 de junho de 2009

DEIXANDO PARA TRÁS

“Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas vou prosseguindo para ver se poderei alcançar aquilo para o que fui também alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus”. (Fil 3:12-14)

Eu fico impressionado como podemos tirar lições importantes para as nossas vidas a partir de exemplos da própria natureza, que Deus deixou para mostrar o seu poder. Do mesmo modo a História é outra fonte de aprendizado, onde estão registrados fatos preciosos para as nossas vidas. Isto inclui a vida espiritual.

Em 1519, um navegador espanhol, chamado Hernandes Cortez, começou uma aventura além mar, tendo chegado a novas terras, que na verdade era a costa do México, na sua parte leste. Toda a tripulação estava cheia de esperanças para a nova vida que poderia surgir, com fama, fortuna e muitas outras coisas que o espírito humano aprecia. Depois de algum tempo de trabalho ficaram cansados e fracos. Estavam pensando na possibilidade de um motim. Pensamentos referentes as suas velhas vidas vieram às suas mentes: “vamos velejar de volta para a vida que conhecíamos”. Mas o líder, que os havia levado para o México, foi duro e deu uma ordem, que ficou bem conhecida na História: “Queimem os navios. Não há caminho de volta”.

Há uma canção americana que trata desse episódio e aplica para as vidas espirituais...

“Na primavera do novo começo, um coração sedento, levanta velas à procura de uma nova vida e um amor que não podia falhar. Nas margens da graça e misericórdia, nós chegamos com grande alegria, mas um inimigo estava esperando para roubar, matar e destruir. Sutilmente ele cochichou: “voltem para a vida que vocês conheciam”. Mas Aquele que nos salvou aqui está dizendo: “Queimem os navios”.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos cristãos da cidade de Filipos, demonstra nesse texto (Fil 3: 12-14), a necessidade de duas atitudes para dentro de uma vida cristã sadia embasada na vontade de Deus:


Deixar algo para trás
Avançar para o alvo

Esta lição serve para qualquer ato de nossas vidas, quer seja espiritual ou secular. Quando estou imbuído da vontade de alcançar algo, tenho que deixar outras coisas para trás, muito menos importantes. Por exemplo: um estudante, para passar de ano e alcançar séries mais adiantadas é obrigado a deixar para trás as séries anteriores. Um atleta para chegar a ser campeão precisa esforça-se muito com treinos duros e diários, e também deixar uma série de prazeres transitórios para poder chegar ao seu objetivo, que é o prêmio, a medalha, a consagração como campeão, o troféu.

Na vida cristã, não é diferente. Em primeiro lugar há uma transformação de valores, quando se aceita Cristo como salvador. Esta mudança é tão significativa, que a nossa vida dá uma reviravolta muito grande.

(1). 2 Cor 5:17 “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Esta realidade é exposta por Paulo de maneira simples, mas enfática, em várias passagens de suas cartas. Devemos deixar as coisas velhas, ou seja, as coisas que não devem mais fazer parte da nossa vida. Hábitos pecaminosos, palavreado chulo, companhias de incrédulos, conversas vãs, valores sem valor. Agora, vislumbramos um novo futuro. Uma caminhada longa e nova em direção ao crescimento em Cristo.

(2). Gal 6:15 “Mas nem a circuncisão, nem a incircuncisão é coisa alguma, mas sim o ser uma nova criatura”. Nada de ritualismo ou coisa externa, mas uma mudança radical em outra direção.

(3). Gal 2:20 “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”. Novamente, Paulo fala de mudanças, que ocorrem na vida do crente quando ele se converte.

No Velho Testamento temos uma passagem que exemplifica muito bem este problema. Foi quando o Senhor destruiu Sodoma e Gomorra. Deus enviou dois anjos para alertarem Ló e sua família. Mas havia uma ordem muito clara "Escapa-te, salva a tua vida; não olhes para trás de ti, nem te detenhas em toda esta planície; escapa-te para o monte, para que não pereças" (Gen 19:17). Mas o texto diz que a mulher de Ló voltou-se para trás, olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal (Gen 19:26).

Durante a leitura do Novo Testamento podemos contemplar várias recomendações específicas de coisas que devemos deixar para trás...


● AS OBRAS DAS TREVAS
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(Rom 13:12) “A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, (ou dispamos) pois, as obras das trevas; e vistamo-nos das armas da luz”.

Podemos imaginar uma pessoa usando pijama durante o dia? Quando chega a manhã precisamos trocar a nossa roupa para o dia que está começando. Assim como a noite, no texto em questão, pode significar período de escuridão espiritual, sem Cristo, o dia pode ser relacionado à luz com Cristo.

(Ef 5:8) “Porque noutros tempos éreis trevas, mas agora sois filhos da luz, no Senhor, andais como filhos da luz”.

(Ef 5:18) “não vos embriagueis com o vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”. Paulo, novamente faz uma recomendação muito sábia. Embriagar-se com vinho significa também embriagar-se com coisas impuras, numa visão espiritual. O vinho leva a contendas, que não deve existir num contexto cristão. Além do mais o bêbado não tem condições de discernimento, o que é de suma importância na vida cristã. O homem do mundo não discerne as coisas espirituais.

-Precisamos deixar as coisas mundanas, atitudes que não estão de acordo com os ensinos de Deus. "a despojar-vos, quanto ao procedimento anterior, do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; a vos renovar no espírito da vossa mente; e a vos revestir do novo homem, que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4:22-24). O apóstolo Paulo está chamando a atenção para uma nova vida com novos valores, e retidão perante Deus.

-Precisamos deixar a mentira. "Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros" (Ef 4:25). Sem dúvida a nossa palavra deve ser uma só. As pessoas devem acreditar no que falamos. A nossa postura diante da verdade deve ser muito firme, sem dúvidas. Jesus disse: "Seja, porém o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do maligno" (Mat 5:37).


● DEIXEMOS A VANGLÓRIA E A INVEJA
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(Gal 5:26) "Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns com os outros, invejando-nos uns aos outros".

>Vanglória = glória vã, mundana, egoísmo.
>Mesquinharia = Coisas que não devem estar na vida do crente em Jesus.
>Inveja = Isto traz problemas de relacionamento entre as pessoas.

Precisamos nos contentar com o que Deus tem preparado para as nossas vidas, sem murmuração. A sua vontade é boa perfeita e agradável. Estes ensinos são para o nosso convívio sadio. Paulo não devia falar isto à toa. Devia acontecer entre os crentes primitivos.

(Gal 6:7) "Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isto também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna".


● DEIXAR AS DOUTRINAS ESTRANHAS
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(Hb 13:9) "não vos deixeis levar por doutrinas várias e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique com a graça e não com os alimentos, que não trouxeram proveito algum aos que com elas se preocuparam".

O escritor estava se referindo aos costumes judeus. Às vezes temos tendência de trazer para nossa Igreja doutrinas e costumes que não são próprias para o novo homem. Às vezes fazemos até com boa intenção. Isto é uma prova da falta de discernimento, que existe em nossas igrejas. Há por aí absurdos que são difíceis de engolir, e tentam descer pela nossa goela abaixo, sem uma análise mais fria e profunda das escrituras. Por acaso é possível entendermos "carnaval gospel", encontros "evangélicos" em clima de boate (!) ?. Cristão fazendo programas de TV que fazem corar de vergonha até pessoas mundanas. O apóstolo Paulo, na sua sabedoria declarou que nós não devemos tomar a forma do mundo, mas sim transformarmo-nos pela renovação da nossa mente (Rom 12:2).

Afinal de contas somos a luz no meio das trevas. Nós é que devemos influenciar e não sermos moldados pelo mundo. "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mat 5:16).


● REFREAR A NOSSA LÍNGUA
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(Tg 1:26) "Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua religião é vã".

Todo o capítulo 3 de Tiago fala sobre a guarda da língua, porque é fácil recriminar, falar, fofocar. No versículo 8 há uma advertência muito importante: "mas a língua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha mortal".

Certa vez um pastor foi visto entrando junto com uma mulher em uma casa suspeita. Foi “aquele” escândalo! Como pode um pastor freqüentar uma casa destas? Quando as coisas foram esclarecidas verificaram que o pastor tinha sido solicitado por uma pessoa dali em desespero. A mulher que o acompanhava era, nada mais nada menos, que sua própria esposa. Como perderam porque não tiveram cuidado antes de falar. É fácil denegrir alguém, mas o cristão deve ter amor no falar.

Uma história infantil conta que em uma determinada aldeia na antiga Gália, hoje França, os seus cidadãos eram muito unidos e isto os tornavam invencíveis. Os inimigos notaram o lado vulnerável deles e enviaram um homem habilidoso e muito felino para fazer amizade com eles. Após algum tempo, ele começou a falar mal de um e de outro e a confusão estava formada, mas, felizmente, os líderes perceberam a manobra e expulsaram o indivíduo da aldeia e a paz voltou a reinar naquele lugar. Ele usou uma tática bem diabólica. Não falava mal diretamente, mas lançava dúvidas no coração das pessoas. Aliás, a tática usada pela serpente para enganar os primeiros homens.

O Diabo odeia as famílias, como pregou o pastor. Tomemos cuidado com o nosso falar.

O apóstolo Pedro, escrevendo a respeito do amor fraternal, declara: "Quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano" (1 Ped 3:10).


● DEIXAR AS MÁGOAS
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Muitas vezes nos deixamos levar por sentimentos que nos trazem angústia e sofrimento, sem necessidade. Ficamos remoendo coisas do passado que nos trazem lembranças desagradáveis. Ficamos ressentidos com pessoas e sofremos. O inimigo das nossas almas gosta disto e cria situações para que nada se modifique, mas o servo de Deus não vai se curvar a estas coisas. Permanecemos duros nas nossas convicções, mesmo que às vezes, saibamos que não estávamos certos. Estes sentimentos podem até levar a doenças graves. Uma vez uma senhora me procurou porque estava muito deprimida. Com o passar da conversa fiquei sabendo que ela tinha tido um problema com um irmão e não se falavam há muitos anos. Perderam oportunidades preciosas de ficarem juntos e curtirem a família. A minha orientação foi que ela precisava perdoar o seu irmão e não cultivar a mágoa em seu coração. Após algumas semanas ela voltou alegre. Havia procurado o irmão e se reconciliaram. A depressão terminou.

O perdão é um bom tratamento para as mágoas. Às vezes gostamos de vingança, e isto não é de Deus. O espírito pacífico é do Seu agrado. Por isso Jesus disse: “Vocês ouviram o que foi dito: olho por olho e dente por dente. Mas eu lhes digo: não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra” (Mat 5:38-39).

O padrão de Deus é alto e precisamos tentar chegar perto. “Vocês ouviram o que foi dito: ame o seu próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem para que vocês venham a ser filhos de seu pai que está nos céus” ( Mat 5:43-45).

O padrão de Deus é a perfeição. Para nós, a perfeição é impossível, mas temos que fazer todo o possível para chegarmos o mais perto. “Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mat 5:48).

A única coisa que não podemos deixar para trás é Deus. Uma canção diz: “Não há esperança para o homem que deixar Deus para trás.

Daqui para frente, devemos avançar para o nosso alvo que é Jesus. Ele é perfeito e o nosso padrão. Se nós nos esforçarmos para seguir os ensinamentos de nosso Salvador a vida será bem melhor. Temos que pagar o preço. Será que teremos coragem?

A canção americana termina assim:

"Ninguém disse que seria fácil, mas Aquele que nos trouxe até aqui nunca nos deixará sozinhos".

(Rom 14:7-8) "Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Pois se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor".

(Rom 8:37-38) "Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor".

(por Helio Hiller de Mesquita)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

PERSISTINDO SEMPRE

Eventualmente podemos ser jogados ao chão, mas o que vale é a persistência. O que realmente faz a distinção entre atletas é a habilidade de se ter uma boa performance em tempos de lutas, pressões e urgência. (Roger Staubach)

Não são o número de vezes que você vai ao chão que realmente importa; mas sim quão rapidamente você se levanta. Todas as pessoas que tentam realizar algo significativo com as suas vidas enfrentarão tropeços e alguns retrocessos. Isso é uma fatalidade. Porém, quanto mais rápido você deixar isso no passado, menos feridas irão permear a sua memória.

Quando algo lhe frustra porque se tornou em alguma coisa que está além da sua capacidade de controlar, tome uma ação com o objetivo de se certificar que você não mais irá se colocar naquela posição. Compreenda que controle da sua vida é possível obter quando você se render ao controle da graça, bondade e misericórdia de Deus. Isso se aplica à mais aparente e descontrolada situação.

Se alguma coisa está bloqueando o seu caminho, ao invés de bater com a cabeça na parede, dê a volta ao redor, olhe para cima, olhe para frente, olhe para o Senhor. Examine a situação de uma maneira corajosa e realista e parta para uma ação construtiva. Lembre-se que o jogo é ganho por aquele jogador que simplesmente não sabe o que é desistir.

(por Nélio DaSilva)

...ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei; se morar nas trevas, o Senhor será a minha luz (Miquéias 7:8).

terça-feira, 19 de maio de 2009

DESPERTA, TU QUE DORMES!

Há alguns anos, perto das Cataratas do Niágara, havia um jovem que trabalhava como guia de turistas. Um dia, não tendo o que fazer, amarrou sua canoa num lugar bem acima das cataratas e deitou-se dentro dela para descansar. Embalado no seio das águas sempre agitadas, adormeceu. Julgava ter amarrado o barco com segurança, mas, com o constante balançar, a corda desprende-se e, finalmente, a canoa começou a ser levada pela correnteza, com seu tripulante inconsciente do que se passava. As pessoas que se encontravam na margem, percebendo o grave perigo em que o jovem se encontrava, gritavam em alta voz, na esperança de o acordar para que se salvasse, enquanto a correnteza não fosse forte demais. Porém, foi em vão que se esforçaram.

Em dado momento o barco encalhou num rochedo que sobressaía no meio do rio. Ao notarem isso, os observadores redobraram seus esforços para despertar o adormecido, gritando freneticamente:

- Agarre no rochedo!! Salte para a rocha!!

Porém, o pobre rapaz continuou dormindo, inconsciente do perigo iminente que o ameaçava. Não demorou para que a força da correnteza afastasse o barco do rochedo e o levasse a grande velocidade para as cataratas. O infeliz só foi acordado pelo estrondo ensurdecedor das grandes massas de água, pelas quais foi arrastado para a morte.

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O texto acima descreve muito nitidamente a apatia e a indiferença das pessoas em nossos dias, muitas das quais completamente despreocupadas quanto ao seu rumo fatal; profundamente adormecidas nos seus erros e, talvez, embaladas na maré dos prazeres terrestres efêmeros, ou encantadas por infundada confiança numa vida aparentemente sem defeito, ou numa religião professa. Todos estão dormindo na canoa!

Nas Escrituras, há pelo menos três sentidos para o verbo “dormir”. O primeiro, obviamente, refere-se ao "sono natural". O segundo, no sentido de “morrer”. O terceiro emprego do verbo descreve a apatia que assola muitos cristãos: o "sono espiritual".

O apóstolo Paulo exortou os cristãos sonolentos em pelo menos três de suas Epístolas.

Em Romanos 13:11-14, o apóstolo adverte: Já é hora de despertardes do sono (v. 11). Neste texto aprendemos pelo menos mais três verdades sobre o crente que dorme espiritualmente:

----1- Ele não reconhece o “tempo de Deus”, as oportunidades e a urgência da Obra (v. 11);
----2- Ele vive como os que “são da noite”, em desonestidade, imoralidade, bebedice, glutonaria, contendas e inveja (v. 13);
----3- Ele tem muito pouco de Jesus Cristo em sua pessoa (v. 14: despertar é revestir-se de Jesus).

Este ensino é enfatizado por Paulo também em I Tessalonicenses 5:5 e 6: ”porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas. Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios”.

A terceira Epístola onde o apóstolo exorta os cristãos sonolentos é Efésios 5:14 e 15. Aqui o Senhor nos mostra outra verdade: o sono espiritual leva o crente a viver como se estivesse morto! (v. 14: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos).

Quanto aos incrédulos, ou seja, aqueles que rejeitam a Verdade, a própria Palavra descreve o tipo de sono a que estão entregues: "O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus" (II Coríntios 4:4). Por isso, a Bíblia os adverte para que se arrependam dos seus maus caminhos e se voltem para Deus.

(adaptado dos textos de Rafael França e Amauri Galvão)

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Isaías 55:6)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

AMOR É O QUE QUEREMOS

Fazemos parte de uma geração que desaprendeu o gosto do sentido. Nós somos incentivados a buscar conforto em tudo o que fazemos, adaptação, prazer. Mas nossa alma precisa de sentido. O sentido suporta o sacrifício, o conforto foge dele. O amor é sacrifício e a vida é amor.

A vida parece não ter muita graça e a gente vai fazendo o que aparece. E vai fazendo no limite de nosso conforto. Então avaliamos as realidades, às vezes é legal, outras vezes não, às vezes a gente pensa que precisa de uma coisa que foi oferecida, às vezes não, às vezes a gente observa uma possibilidade de idealismo, mas não sabe se vale a pena lutar por aquilo. E no fim, nossas tentações e dilemas ocupam nossas vidas, tornando-se neuroses e pulsões. O que nos resta é solidão e carência daquilo que é o final do processo do sentido, o amor.

Enfim, queremos amor no final, mas nos perdemos na busca, porque ainda cremos que o encontraremos no conforto, no consumo, no prazer.

Jesus nos disse que o encontraremos, em forma de felicidade, se discernirmos o sentido da vida no serviço ao próximo (João 13).

(por Alexandre Robles)

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O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. (Jo 15:12)

Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. (Jo 13: 15)


terça-feira, 28 de abril de 2009

REALIDADE POSITIVA

A sua vida não é determinada por aquilo que a vida lhe traz, e sim por aquilo que você traz para a vida. (John Holmer)

Quando surgem os problemas, tornar-se positivo a respeito deles em nada contribui para mudá-los, como num passe de mágica. Contudo, o importante no fato de você se manter positivo é que isso irá provocar uma transformação em você, proporcionando-lhe habilidade, força e uma nova energia para lidar com qualquer situação que possa surgir em seu caminho.

O mero fato de pensar positivamente não vai alterar coisa nenhuma. É a atitude positiva, porém, que o capacita a alcançar as coisas pelas quais você se decide a lutar. Só que além da realidade de pensar positivamente existem outras alternativas. Você pode se irar, se ressentir ou se deprimir; pode também investir uma grande quantidade de energia, no processo de passar a sentir pena de si mesmo. Mas afinal, o que você consegue com tal atitude? O resultado é nulo, a não ser levar a situação a se deteriorar ainda mais.

Quando você se encontra num buraco, a primeira atitude a assumir é parar de cavar! Se as coisas já estão ruins, não contribua para que se tornem ainda piores, ao adotar uma postura negativa. Volte o olhar para o positivo. Veja a mão de Deus nas circunstâncias; certamente algo de positivo existe em meio a tudo isso. Descubra o positivo. Siga-o! Ser positivo não requer nenhum esforço físico; muito pelo contrário: pode levá-lo a uma ação positiva, capaz de fazer toda a diferença!

(por Nélio DaSilva)

Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a Terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. (Salmo 121:1-3)







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